Justiça

Protesto: amigos e parentes de jovem estuprada em UTI se reúnem em frente ao hospital

Nesta segunda-feira (3) amigos e familiares de Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos,  protestaram em frente…

Nesta segunda-feira (3) amigos e familiares de Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos,  protestaram em frente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Goiânia Leste (HGL). Com cartazes, eles entoaram cânticos religiosos e pediram justiça para a estudante de arquitetura que morreu no último dia 26 de maio. Ela foi vítima de estupro durante o período em que ficou internada na unidade de saúde.

A estudante Cynde Thayla Aguiar Pereira Sousa, 21 anos, disse que os amigos da vítima se encontraram por volta de 12h na PUC Goiás do Setor Universitário para a confecção dos cartazes. Eles foram para o hospital, encontrando com a família de Susy.

“Após o protesto, os funcionários do hospital retiraram os cartazes do local. Planejamos fazer mais manifestações como a de hoje, não vamos esquecer disso. As providências corretas sobre o acontecido precisam ser tomadas”, afirmou a estudante.

Nas redes sociais, várias pessoas se posicionaram sobre o caso. “Hospital deveria ser um lugar do cuidar, de acolhimento, mas não é essa a realidade do nosso país. Não estamos seguros nem mesmo dentro dessas instituições. Perdi uma pessoa por negligência médica” disse uma internauta.

No instagram, o Centro Acadêmico Livre da Escola de Arquitetura e Urbanismo (Calea) da PUC-GO, publicou que “é impossível não ficar triste quando a vida não corre do jeito que sonhamos. Nosso coração se enche de tristeza e é complicado enxergar a luz no final do túnel”.

No dia 30 de maio, estudantes realizaram no Teatro de Arena da PUC-GO, Setor Universitário, um ato em memória de Susy. “Hoje vamos mostras nossa voz e nossa sede de justiça. Vamos apoiar a família dela e lutar para que a justiça seja feita”, dizia a publicação do Calea.

Estudantes e familiares de Susy organizaram manifestação em frente ao Hospital Goiânia Leste (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Estudantes e familiares de Susy organizaram protesto em frente ao Hospital Goiânia Leste (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Por meio de nota, a OGTI, empresa terceirizada que gere a UTI do hospital, disse que compartilha a dor e se solidariza com o luto da família e amigos. “Ao tomar conhecimento da denúncia da paciente, o técnico de enfermagem foi afastado de suas atividades, e iniciou procedimento interno de apuração” diz a nota.

“Constados os reais indícios de crime, o fato foi comunicado a Polícia Civil, que solicitou sigilo a fim de que as investigações não fossem prejudicadas. A empresa tão somente observou a determinação da Polícia Civil. Após a delegada informar a família, a empresa de forma reservada conversou pessoalmente com o pai sobre  as providências que já haviam sido tomadas” conclui a OGTI.

O caso

Susy morreu no dia 26 de maio, em razão de uma pneumonia hospitalar, segundo o HGL. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Paula Meotti, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), a jovem foi estuprada no dia em que deu entrada na unidade, em 16 de maio, pelo técnico de enfermagem Ildson Custódio Bastos, de 41 anos. O suspeito se apresentou de forma espontânea à delegacia e foi preso após expedição de mandado de prisão preventiva pelo juiz Alessandro Manso e Silva, da 7ª Vara Criminal.

A delegada contou que câmeras de segurança flagraram quando o homem toca a vítima.“As imagens são claras. Ele se aproxima próximo ao leito da vítima, fecha a cortina e coloca as mãos por debaixo do lençol, na região da genitália da vítima e pratica atos libidinosos. Isso teria começado por volta das 2 horas da manhã e se estendido até após às 3 horas [da manhã]”, destaca Paula.