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O Mentiroso (1997) | #tbt Clássicos do Cinema

“O Mentiroso” é um caso curioso de comédia onde todas as peças se encaixaram perfeitamente.…

(Foto: Reprodução/Internet)

“O Mentiroso” é um caso curioso de comédia onde todas as peças se encaixaram perfeitamente. Foi um filme que saiu na época certa, com o timing sob medida de humor e com o ator certo. Talvez, se lançado hoje, a comédia dirigida por Tom Shadyac e estrelada por Jim Carrey – ambos já trabalharam juntos em “Ace Ventura”(1994) e “Todo Poderoso” (2003) –  não faria o imenso sucesso de quando saiu nos cinemas em 1997, e muito menos se tornar um clássico do gênero que até hoje é lembrado e assistido por muitos.

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“A caneta é verm… AZUL!”

Antes de tudo, vale lembrar que Jim Carrey dominou a segunda metade dos anos 90. Em 1994, estreou nos cinemas, respectivamente, “Ace Ventura”, “O Máskara” e “Débi e Loide – Dois Idiotas em Apuros”. Três obras que renderam milhões em bilheteria e são também clássicos absolutos da comédia. Tal ano colocou Carrey no topo do mundo e de lá, até a virada do milênio, o ator e comediante era um dos mais requisitados da indústria norte-americana.

Carrey se provou um ótimo ator dramático em dramas como “O Show de Truman” (1998) , “O Mundo de Andy” (1999) e “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” (2004). Já foi vilão do Batman com o Charada em “Batman Eternamente” (1995) e um dos astros mais bem pagos do mercado – só com a comédia sombria “O Pentelho“ (1996) embolsou $20 milhões.

É importante fazer este panorama da carreira de Carrey pois “O Mentiroso” entra na lista de comédias que aproveitam o sucesso de um astro e ambicionam o lucro à partir da ótima fase do artista. Nenhum problema nisso, afinal, é assim que o mercado funciona. O diferencial aqui é que tanto o roteirista e o diretor criaram o filme pensando em Carrey e em como utilizar seu talento em tal projeto. “O Mentiroso” funciona tão bem pois trabalha em favor de Carrey. Ele foi pensado para ser caricato, físico e corporal.

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A trama é simples: Um advogado mentiroso vive se atrasando ou faltando nos compromissos com o filho pequeno. Tudo se complica quando ele não aparece no aniversário da criança, e ela, triste pela ausência do pai, pede na hora de soprar a vela que ele passe um dia inteiro sem mentir. O pedido acontece e o resto é um palco aberto para Carrey utilizar toda sua elasticidade e timing cômico com louvor, afinal, nada mais criativo do que fazer um advogado não mentir. Principalmente, um advogado charlatão.

Há diversos momentos icônicos como as cenas do personagem de Carrey no tribunal, ou quando tenta mentir falando que uma caneta azul é vermelha, ou a sequência onde é levado numa reunião de trabalho com a grande cúpula e saí falando horrores de cada um dos membros da empresa, ou quando bate em si mesmo no banheiro. Enfim, estes e outros momentos são pensados para aproveitar a elasticidade de Carrey, e por isso, são tão bem executados.

“O Mentiroso” equilibra com destreza o humor físico com momentos de delicadeza e mensagens importantes sobre não mentir e família. Carrey, como já mostrou em outros projetos, é também um excelente ator dramático e quando a trama adentra em momentos melosos, ele convence e traz uma carga emocional verdadeira e sincera que nunca soa falsa ou mecânica.

Portanto, quando todos os elementos colaboram a favor de um projeto, e ele sai no tempo certo, temos uma pérola chamada “O Mentiroso”, que mesmo após 20 anos do seu lançamento continua memorável e copiado por muitos. Até o Brasil já tentou fazer sua versão com Leandro Hassum em “O Candidato Honesto”, mas, vamos ficar com o original mesmo. Vale muito mais a pena!

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Liar, Liar-EUA

Ano: 1997 – Dirigido por: Tom Shadyac

 

Elenco: Jim Carrey, Maura Tierney, Cary Elwes, Jennifer Tilly…

Sinopse: Fletcher Reede (Jim Carrey), um advogado, se vê em uma situação delicada quando Max Reede (Justin Cooper), seu filho, ao soprar as velas do bolo pede que seu pai não minta por um dia. O desejo é atendido, impedindo Fletcher de falar qualquer tipo de mentira, mas se as pessoas falam uma mentira ou outra, para um advogado mentir faz parte do cotidiano. Fletcher não entende o que está acontecendo e se envolve em várias confusões, principalmente quando precisa defender no tribunal uma mulher traidora (Jennifer Tilly) que tem que se passar por santa para tirar os bens do rico marido.

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