Crítica: Toy Story 4 (2019) – Especial Pixar

Muitos estavam com medo de “Toy Story 4” estragar a reputação da Trilogia Perfeita composta pelos três primeiros filmes. Muito pelo contrário! “Toy Story 3” continua o melhor da franquia, mas este quarto longa surpreende e encanta. Um filme que emociona e leva adiante principalmente a história de Woody.

Em questão de necessidade, sim, “Toy Story 4” não era necessário ao todo já que tivemos um encerramento de ciclo emocionante no anterior. Mas em “Toy Story 3” foi-se encerrado o ciclo dos brinquedos com seu dono Andy, que já estava crescido e indo para a universidade. Novos interesses e novas responsabilidade compunham o futuro de um não mais garoto, portanto, a passagem de bastão de Andy para a garotinha Bonnie foi um acerto genial do roteiro de uma trajetória que acompanhamos desde 1995.

Mas “Toy Story 4” entrega outro fechamento de ciclo. Apesar da franquia ser sobre amizade, respeito, família e lealdade, e oferecer a cada personagem sua devida atenção e carinho, a essência dos longas sempre foram sobre a trajetória de Woody, e sua evolução como brinquedo. “Toy Story 4” fecha o ciclo do personagem e o coloca em um lugar completamente diferente e fora de sua zona de conforto.

O encerramento do filme emociona pois crescemos acompanhando a amizade de Woody com os demais brinquedos, e ela funciona porque sua nova vida faz sentido para um personagem que sempre se colocou em posição de líder, e trouxe para si responsabilidades para preservar a infância lúdica de seu dono. Mas após o fim do ciclo de Andy, Woody encontra sua própria liberdade diante do mundo, e lhe oferece a oportunidade de aprender coisas novas e vivenciar uma vida fora do âmbito de ‘ter um dono’. Agora Woody é o seu próprio dono, e juntamente com sua companheira Betty (que também aprendeu muito sobre isso), ele irá se desprender do passado e explorar o novo – ao infinito e além (como bem ressalta o final).

Mas há novos personagens que também fomentam discussões interessantes, como, por exemplo, o Garfinho. Um garfo descartável que ganha vida após Bonnie transformá-lo em um brinquedo, e que é totalmente obcecado pelo lixo. Garfinho não se vê digno, e não se olha com bons olhos. Ao longo do filme, sua jornada de aprendizado o fará entender sua real importância e real valor de sua existência.

“Toy Story 4” também é um colosso visual. A tecnologia evoluiu bastante ao longo dos anos, e aqui temos o mais bem feito e delineado filme dos brinquedos. É um primor visual com momentos que pouco parecem uma animação, pelo contrário, brinquedos realmente estão vivos por aí! É surpreendente!

Apesar de usar novamente a velha muleta de roteiro de personagens perdidos e a jornada de salvamento, “Toy Story 4” é um filmaço que merece nossa atenção, e leva adiante a história de um dos nossos cowboys favoritos do cinema.

Toy Story 4/EUA – 2019

Dirigido por: Josh Cooley

Vozes no original de: Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack…

Sinopse: Agora morando na casa da pequena Bonnie, Woody apresenta aos amigos o novo brinquedo construído por ela: Forky, baseado em um garfo de verdade. O novo posto de brinquedo não o agrada nem um pouco, o que faz com que Forky fuja de casa. Decidido a trazer de volta o atual brinquedo favorito de Bonnie, Woody parte em seu encalço e, no caminho, reencontra Bo Peep, que agora vive em um parque de diversões.