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Crítica: Mank | Netflix

O roteiro de “Mank” acompanha Herman J. Mankiewicz, roteirista renomado de Hollywood durante os anos 30 que…

(Foto: Reprodução/Netflix)

O roteiro de “Mank” acompanha Herman J. Mankiewicz, roteirista renomado de Hollywood durante os anos 30 que é chamado por Orson Welles para escrever o roteiro do seu filme de estreia como diretor. O roteiro venho a se tornar o clássico “Cidadão Kane”, mas posteriormente houve uma tumultuosa disputa entre Mankiewicz e Welles pelos créditos do filme, já que houve diversas interferências e mudanças estruturais de roteiro realizadas pelo próprio Welles.

Dirigido por David Fincher (diretor de obras-primas como “Seven” “Clube da Luta”) e escrito pelo pai de Fincher, Jack Fincher (que faleceu em 2003 mas já trabalhava no roteiro há anos), “Mank” é um drama sobre cinema, que fala de cinema e explora os bastidores do cinema durante a época de ouro de Hollywood.

Minha ansiedade estava alta para “Mank”. Não apenas por ser dirigido por um dos meus diretores favoritos da atualidade, mas claro, por ter Gary Oldman como protagonista e falar sobre cinema. No entanto, infelizmente, particularmente falando, o filme não obteve um resultado muito satisfatório. “Mank” é um exercício cinemático desprovido de foco, emoção e engajamento.

É um típico filme feito com intenções válidas de explorar os bastidores do cinema. É sempre interessante e um ótimo material de estudo adentrar no por trás das câmeras deste mundo que tanto consumimos e amamos. Mas o filme carece de tensão, de momentos que nos faça se importar com os personagens e com a jornada do protagonista. Não apenas o desafio e percalços para Mankiewicz escrever o roteiro de “Cidadão Kane” são superficiais e banais, como também os problemas com Welles tampouco são impactantes. É muita verborragia e pouco foco.

E tanta verborragia abre espaço para Gary Oldman brilhar mais uma vez. Oldman é um dos grandes atores da atualidade e não há questionamentos sobre seu talento. Aqui em “Mank” ele faz de tudo para dar profundidade ao personagem e fazer de Mank um ser complexo em meio aos seus vícios e difícil personalidade.

Entendo quem amou “Mank”, mas ao menos para mim, é um dos mais fracos e esquecíveis filmes de David Fincher. Está longe de ser um exemplar marcante, impactante e inesquecível como outros de seus trabalhos. Infelizmente.

Mank/EUA – 2020

Dirigido por: David Fincher

Com: Gary Oldman, Amanda Seyfried, Lily Collins…

Sinopse: O enredo de Mank segue a história tumultuosa do roteirista Herman J. Mankiewicz da obra-prima icônica de Orson Welles, Cidadão Kane (1941) e sua luta com o autor Orson Welles pelo crédito do script do grandioso longa. Sinopse oficial ainda não divulgada.