OPERAÇÃO ZARATUSTRA

Investigação de Iso pode beneficiar deputado Paulo Trabalho no Nordeste

O nordeste goiano tem dois representantes na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que se destacam:…

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Paulo Trabalho (Foto: Maykon Cardoso)

O nordeste goiano tem dois representantes na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que se destacam: o deputado estadual Paulo Trabalho (PSL) e Iso Moreira (DEM). O democrata foi alvo da Operação Zaratustra, o que, nos bastidores políticos, é visto como positivo para Paulo na briga por bases eleitorais da região.

No último pleito, em cidades como Posse e Alvorada do Norte, Paulo registrou 4.459 e 201, respectivamente, tendo um total de 16.957 votos em todo o Estado. Iso, por sua vez – nas mesmas cidades – 1.163 e 1.909, mas o montante de confirmações nas urnas foi de 24.963.

O Mais Goiás apurou, contudo, que Paulo não utiliza esse acontecimento para política. Porém, ele tem acompanhado de perto todos os desdobramentos da operação.

Paulo Trabalho

Ao portal, Paulo confirmou que tem acompanhado os desdobramentos da Operação pela imprensa. Questionado sobre os possíveis impactos nas bases eleitorais dele, com essa ação, ele diz que não fez nenhuma avaliação desse tipo. “Não quero tirar proveito dessa situação para fazer crescer o meu nome”, garante.

Paulo também prefere não fazer julgamento, mas declara que é “sempre ruim ver um político possivelmente envolvido em algo irregular. Acaba manchando a classe”. De acordo com ele, a classe política está em desprestígio há algum tempo e a população acaba colocando todos no “mesmo saco”.

“Mas houve uma renovação nas últimas eleições e essas investigações contribuem para limpar a política. Aos poucos, vamos resgatar a imagem do bom político”, acredita. Ainda sobre as investigações, ele diz que, caso as ilicitudes sejam comprovadas, será “bastante lamentável para o Estado e para o Nordeste goiano”.

Operação Zaratustra

Deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) na quinta-feira (3), a Operação Zaratustra investiga o deputado estadual Iso Moreira e seus filhos Alessandro Moreira dos Santos e Aloísio Moreira dos Santos Júnior por suposta improbidade administrativa, fraude em processo de licitação e falsidade ideológica para desviar recursos da prefeitura de Alvorada do Norte.

Eles são investigados em função de um suposto esquema ilegal de compra e venda de combustíveis, praticado entre 2003 e 2016, junto ao Posto Serra Bonita, em Alvorada do Norte, de propriedade da família do parlamentar. O montante desviado teria chegado a R$ 10 milhões. O ex-prefeito David Moreira de Carvalho também é alvo de investigação, bem como os assessores de Iso, Humberto Carlos Teixeira e Carlos Alberto Dourado.

“Foram várias alterações seguidas no contrato [do posto]. Quando Alessandro foi eleito, em 2003, ele queria que a prefeitura comprasse do posto dele, mas a lei de licitações proíbe. A solução foi tirá-lo do contrato social e colocar o David Moreira. Em 2009, elegeram o David, aí tiraram o nome dele e colocaram dois assessores do Iso como supostos proprietários, o Carlos Dourado e Humberto Teixeira. Em 2017 terminou o mandato e Iso e Alessandro voltaram ser os donos”, resume promotor Douglas Chegury, que coordenou a operação.

Nota das assessorias de Iso e Alessandro

Ainda na quinta-feira, a assessoria de Iso Moreira emitiu uma nota. “Em resposta às notícias veiculadas hoje (3) sobre a operação em curso pelo Ministério Público de Goiás, envolvendo o nome do deputado estadual Iso Moreira, este informa que está em contato com sua assessoria jurídica, com o fim de tomar conhecimento das alegações que lhe são imputadas, e que irá se pronunciar oportunamente, tão logo isso ocorra. De acordo com o parlamentar, os fatos relatados serão esclarecidos e demonstrarão que não há conduta incriminatória que possa macular a presente legislatura por ele exercida, muito menos por fatos pretéritos não diretamente vinculados à sua pessoa.”

A assessoria de Alessandro também entrou em contato com o portal rebater a afirmativa do promotor de que o filho de Iso teria sido preso por posse ilegal de arma de fogo. “Informo que não houve prisão da minha pessoa, visto que a arma encontrada em minha chácara está devidamente registrada e regular, conforme comprovado pela Polícia Civil de Alvorada do Norte. Declaro que confio na Justiça e que todos os fatos referentes às denúncias serão devidamente esclarecidos. Me coloco a disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário”, diz nota assinada pelo próprio Alessandro.