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07 dicas de oratória para a comunicação empresarial

Clareza, objetividade e concisão para alcançar a compreensão do público. Além de segurança ao fazer…

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Clareza, objetividade e concisão para alcançar a compreensão do público. Além de segurança ao fazer uso da oratória, vencer o medo e a timidez para conseguir cativar as pessoas durante uma apresentação. Esses foram os dois principais desafios em relação à comunicação profissional apontados numa pesquisa elaborada dentro da minha rede de contatos. Como resultado, obtive 223 respostas.

A partir das 6 perguntas objetivas e apenas uma subjetiva – “Qual é o seu maior desafio quando o assunto é comunicação profissional?” -, foi possível perceber que os participantes em sua maioria estavam preocupados com a própria maneira de se comunicar, em se fazer compreender para as outras pessoas.

Abaixo seguem os cincos principais desafios em comum apontados na pesquisa:

Isso por que o princípio básico da comunicação é compartilhar uma informação e, com isso, alcançar uma necessidade humana universal de compreensão. Ou seja, todo ser humano em condições normais deseja ser compreendido. Já observou como é ruim a sensação de falar e não ser escutado? Você consegue se recordar de um pedido que fez a alguém, mas seu interlocutor não o compreendeu? Para mim, gera um sentimento de frustração que muitas vezes significa que não consegui ser clara o bastante.

Mas por que as pessoas se preocupam tanto com a clareza na comunicação?

Para mim, estamos diante de um grave sintoma de que as relações são difíceis devido à falta de traquejo para se comunicar, de que os resultados não ocorrem pela maneira como usamos uma das nossas maiores capacidades, que é a comunicação.

Entretanto, como nascemos e crescemos nos comunicando, essa capacidade muitas vezes torna-se um mecanismo impensado, mecânico e irracional, o que resulta em problemas como a dificuldade de transmitir uma simples informação que seja compreendida pelo interlocutor.

Sem consciência sobre a importância de treinar e desenvolver a habilidade de comunicação, muitos profissionais carregam durante a vida o fardo de uma timidez que provoca o medo de falar em público, sentem-se expostos em reuniões, não sabem como criar um bom relacionamento com colegas de trabalho, entram em conflito com facilidade e têm dificuldade de transmitir uma mensagem comum sem cometer erros. Com isso, geram para si mesmos uma imagem de mau comunicador, alguém que pode até ser tecnicamente bom, mas que não alcança credibilidade ao se expressar.

Exemplo na prática

Participei recentemente de uma reunião de networking do prédio comercial em que trabalho. Participaram do encontro cerca de 30 condôminos nas áreas de Direito, Psicologia, Educação, Engenharia e Arquitetura, Estética, Gastronomia, comércio de produtos importados, venda de semijoias, segurança patrimonial etc.

A regra clara de apresentação ao público permitia às pessoas até quatro minutos para se apresentar, falar do negócio e até mesmo exibir uma apresentação, o que sem dúvidas foi uma grande oportunidade de divulgação interna.

Nas primeiras apresentações, percebi a dificuldade das pessoas em se posicionar diante da plateia, em falar com naturalidade olhando para os participantes, em harmonizar as mãos com a fala e de aproveitarem o momento de maneira estratégica para gerar novos negócios. Via-se o desconforto na voz, nos gestos, na pouca intimidade com o posicionamento da luz do projetor, na ansiedade para se apresentar logo, no ímpeto de fugir do microfone, e literalmente acabar com aquele momento de exposição.

Cerca de quatro profissionais souberam explorar o momento de maneira eficaz para apresentar diferenciais de mercado. Alguns contaram histórias para ganhar a atenção do público, outros usaram uma apresentação enxuta e bem estruturada para explorar ao máximo o prazo de quatro minutos.

Moral da história

Sentir nervosismo é normal, ter medo é normal, ser tímido também, mas não podemos nos conformar com limitações em relação a um assunto tão importante e que pode ser desenvolvido para agregar valor à carreira. Afinal de contas, a comunicação profissional é um cartão de visitas para o profissional de hoje e do futuro.

O que fazer?

Vou elencar aqui algumas recomendações para explorar ao máximo oportunidades de falar de si mesmo e do seu negócio:

01 – Autoconhecimento: Você precisa se conhecer melhor, conhecer seus limites e entender seus traumas e medos para conseguir ter uma comunicação eficaz em público. O que me deixa nervoso? Por que eu me sinto assim? Que situações me incomodam ao falar em público? Como eu me sinto melhor? Gosto da minha voz? Minha dicção é boa? Que situação poderia me travar? E se eu não me lembrar de uma informação? Como posso resolver?

02 – Controle do medo: Trabalhar o emocional antes de apresentações é dar continuidade ao passo anterior. Na verdade, podemos ficar ansiosos só de pensar na apresentação. Isso é normal e nos ajuda a nos preparar e ter mais segurança ao falar em público, mas essa ansiedade atrapalha quando é excessiva.

Se você se preparou, estudou o assunto, ensaiou, basta dizer para o seu orador interno (você mesmo), que está tudo bem, que a apresentação será um sucesso e visualizar o cenário de maneira positiva em que você consiga ficar encorajado a dar o seu melhor. Controlar a respiração e trabalhar o corpo com alguns exercícios de relaxamento ajudam na hora de falar em público.

03 – Público-alvo: Conhecer as pessoas para quem você vai falar é de suma importância, pois o sucesso da comunicação está no fato do receptor entender sua mensagem da maneira como você planejou.

Para isso, é importante fazer um bom levantamento de necessidades da sua audiência. Quais são os maiores desafios? Quais são seus sonhos e desejos? Como minha apresentação pode ajudar? Como eu gostaria que as pessoas se sentissem? O que elas deverão fazer a partir da minha apresentação?

04 – Finalidade: Toda comunicação precisa ter um objetivo. Comunico-me com as pessoas com qual finalidade? Essa é uma pergunta que devemos ter em mente sempre que desejarmos nos comunicar. Exemplos de finalidade: apresentar uma marca/produto, vender um produto, informar, entreter, conhecer pessoas, fazer uma solicitação etc.

05 – Clareza, objetividade e concisão: Nos dias de hoje, na chamada economia da atenção, em que estamos cada vez mais sobrecarregados de informações, dados e estímulos, ir direto ao ponto ajuda a audiência a se interessar mais pelo nosso conteúdo e economiza o seu raro tempo.

  • Clareza, tem a ver com apresentação eficaz das ideias, é como enxergar pedras no fundo de um rio de águas transparentes.
  • Concisão é ser preciso na escolha das palavras. Já diria Carlos Drummond de Andrade que “escrever é a arte de cortar palavras”.
  • E objetividade é a capacidade de se ater ao “objeto” da fala, tornando a comunicação mais direta, sem lançar mão de fugas do contexto, sem usar de prolixidade e do erro comum nas empresas de misturar fatos e opiniões. Na verdade, no ambiente organizacional devemos dar preferência aos dados, informações quantificáveis e sem achismo.

06 – Storytelling: É capacidade de apresentar informações, dados e ideias por meio de histórias com estrutura definida. “Story” é a história e “telling” é a estratégia usada para contar a narrativa.

Esse tipo de ferramenta ajuda muito a conectar as pessoas ao emissor ou palestrante porque nos conectam pelo lado emocional do cérebro, sobretudo quando as histórias têm um cunho positivo, de superação ou nos fazem rir. Uma dica é formatar breves histórias e cases relacionados às temáticas exploradas na fala. Experimente usar essa técnica na medida certa. Será um sucesso nas suas apresentações.

07 – Call to action (CTA): Muito usada no marketing digital, a expressão quer dizer “chamado para a ação”. De nada adianta você se expressar e deixar a pessoa confusa em relação ao objetivo daquela comunicação. Em muitas situações, na nossa cabeça, quando falta uma CTA, a pessoa falou, falou e não entendemos qual o motivo de tanto falatório. De nada adianta dizer a alguém: “que sede!”, pois ninguém é obrigado a subentender que a exclamação quer dizer: “pegue um copo de água pra mim”.