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O Neymar é só mais um brasileiro irresponsável

De onde menos se espera é que não vem nada mesmo. Carrego comigo essa frase…

Neymar em Ibiza, Espanha. Atacante está com coronavírus (Foto: reprodução/Instagram)
Neymar em Ibiza, Espanha. Atacante está com coronavírus (Foto: reprodução/Instagram)

De onde menos se espera é que não vem nada mesmo. Carrego comigo essa frase e nunca me decepciono. Não com gente que não me mobiliza esperanças – a esmagadora maioria da humanidade. Veja o caso do Neymar. Talvez a expectativa perante a postura pública de Neymar tenha mudado após a louvável indignação do atleta no ato de racismo em partida do PSG pela Champions League. Talvez. Não é o meu caso. Nunca esperei nada do Neymar fora do gramado. Nada. E de onde menos se espera…

A indignação coletiva envolvendo o atleta e sua bombada festa de Réveillon entram nessa conta aí. Dava para esperar um comportamento distinto do jogador? Mas não mesmo. Talvez ele pudesse ter se esforçado mais só para manter a festa mocozada. Mas, na boa, em tempos de redes sociais, celulares como extensão das mãos e vida mais compartilhada do que vivida, isso não aconteceria, não é mesmo?

E não acho o Neymar o mais irresponsável dos brasileiros. Ele só é irresponsável como a maioria dos brasileiros. Nada além disso. Triste, mas é o que somos enquanto povo. Lembre-se do início desse texto: de onde menos se espera…

Não sei como está sua bolha social, mas quando entro em meu Instagram dá até raiva de estar levando com o máximo de rigor possível o isolamento social. Só vejo gente na praia na Bahia, gente na Chapada dos Veadeiros, gente em São Paulo, gente que cruzou o oceano para encontrar parentes em outro continente, gente que encarou quilômetros e quilômetros de estrada para compartilhar perdigotos com familiares.

O que difere o Neymar desses todos que vemos em nossas redes sociais? A conta bancária, é claro. E desde quando o valor estampado no extrato define caráter? Desde quando a notoriedade de um atleta lhe empresta responsabilidade social?

Claro que temos, no mundo de hoje, exemplos de atletas que são dignos de aplausos pelas atitudes além do esporte. Hamilton e Leblon estão aí para mostrar que nem tudo está perdido.

Neymar tem que comer toneladas de feijão para chegar aos pés desses dois. E o mais provável é que nunca alcance essa respeitabilidade pública.

Tal qual todos brasileiros que estão irresponsavelmente farreando e se aglomerando nesse final de ano.