Caso motoqueiro

Polícia pede cautela com boatos sobre assassinatos

Ás voltas com as investigações para esclarecer 13 assassinatos similares de mulheres entre 14 e…

Ás voltas com as investigações para esclarecer 13 assassinatos similares de mulheres entre 14 e 29 anos, a Polícia Civil de Goiás pede que as pessoas sejam criteriosas ao usar as redes sociais para comentar o assunto e evitem compartilhar falsas informações. O receio é de que a divulgação de boatos e suspeitas infundadas gere pânico entre a população e se repita um episódio como o que aconteceu em maio, no Guarujá (SP), quando uma dona de casa foi linchada após ter sido confundida com uma sequestradora de crianças.

“Nos preocupa a veiculação de imagens não divulgadas pela Polícia Civil ou tiradas de contexto. Orientamos as pessoas a não fazerem isso a fim de evitarmos a possibilidade de um episódio como o ocorrido na Baixada Santista”, declarou à Agência Brasil o coordenador de comunicação da Polícia Civil goiana, delegado Norton Luiz Ferreira.

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Coletiva de imprensa com o delegado Deusny Aparecido

Desde maio, quando a hipótese de que uma única pessoa estaria por trás dos assassinatos, em Goiânia (GO), comentários se propagam pela internet: desde a certeza de que se trata de um assassino em série, até denúncias de que o criminoso pilota uma moto preta e que, nos últimos dias, estaria agindo também em Brasília (DF). Informações não confirmadas são disseminadas como fatos, alarmando a população e fazendo com que algumas pessoas alterem sua rotina.

Desde quinta-feira, por exemplo, comentários sobre a prisão do assassino e sobre a divulgação, pela Polícia Civil, de um retrato falado do criminoso foram publicados no Facebook, Twitter e em sites goianos. Segundo o delegado, a imagem foi sim divulgada pela Polícia Civil, mas, até o momento, o homem retratado é suspeito de envolvimento em um único crime – o homicídio da assessora parlamentar Ana Maria Victor Duarte, 26 anos, baleada por um motoqueiro durante suposto assalto, em março deste ano.

O caso de Ana Maria é tratado como o segundo, dentre os 13 assassinatos de mulheres ainda não esclarecidos. Como em outros casos, um motociclista a abordou, sacou uma arma e disparou. Testemunhas garantem que o criminoso anunciou o assalto – ao contrário de outros casos, em que nada foi levado das vítimas. Na última ocorrência, registrada nesta terça-feira (5), Ana Lídia Gomes, 14 anos, estava sozinha em um ponto de ônibus no Setor Conjunto Morada Nova quando foi baleada. A garota morreu no local. Nenhum de seus pertences foi roubado. Imagens de câmeras de segurança registraram a passagem de uma moto pela mesma rua no momento do crime.

Embora não descarte a hipótese de um assassino em série, a força-tarefa composta por sete delegados, 30 agentes de polícia e dez escrivães designados para esclarecer os casos não acredita que os homicídios tenham sido cometidos por uma única pessoa. Entre os motivos que reforçam a hipótese está o fato de que, nos depoimentos já colhidos, testemunhas citam motocicletas de diferentes marcas e cilindradas. Além disso, as características físicas dos suspeitos também divergem.

“A Polícia Civil está tomando todas as providências necessárias para esclarecer todos esses casos. Todos os laudos estão sendo confeccionados e suspeitas apuradas, mas estamos procurando preservar o sigilo das investigações. Já temos suspeitos e mandados foram expedidos. Mais detalhes só vão ser divulgados no momento oportuno”, comentou Ferreira, sem fornecer maiores detalhes sobre os suspeitos.

A Polícia Civil de Brasília também informou que não passam de boatos as mensagens de que, nos últimos dias, o criminoso goiano estaria cometendo os mesmo crimes na capital federal.