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Exportações de carne bovina garantem superávit, mas preço baixo ainda não chega a consumidores

A Balança Comercial goiana registrou superávit em janeiro. Enquanto o Estado exportou US$ 370,8 milhões…

A Balança Comercial goiana registrou superávit em janeiro. Enquanto o Estado exportou US$ 370,8 milhões no período, as importações atingiram o valor de US$ 324,9 milhões, totalizando um superávit de US$ 45,9 mi. Entre os itens comercializados, a carne bovina é a principal responsável por isso.

O produto aparece em primeiro lugar, com US$ 110,5 milhões exportados. Em comparação com janeiro de 2019, o item teve um aumento de 51,22%. A China foi o principal destino dos produtos goianos, com total de US$ 103,7 milhões. Consumindo principalmente carne bovina, ferroligas, complexo de soja, açúcar, entre outros. Ao todo, 116 países compraram mercadorias goianas no primeiro mês de 2020.

A Balança Comercial também destaca a venda de aves, que tiveram participação de US$ 78 milhões, um crescimento de 197,46% em relação ao mesmo período de 2019. A suína, por sua vez, totalizou US$ 31,7 milhões, um aumento de 100% em relação ao ano passado.

Aumento

O registro de aumento nas exportações de carne vermelha se dá, principalmente, pelo aumento de empresas habilitadas dentro do estado para a venda no exterior. Em 2018, mais empresas goianas receberam permissão para vender carne para China e Indonésia, principalmente, o que refletiu diretamente na Balança Comercial.

Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Exportação de Carnes e Derivados do Estado de Goiás (Sindicarne), Leandro Stival, as novas habilitações é fruto de um trabalho de pelo menos cinco anos, mas que teve incremento com o empenho da ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

O processo todo é bastante burocrático e envolve tratativas bilaterais entre o Brasil e o país interessado na carne produzida no país, conformidade sanitária, documentação e visita in loco de missão internacional para averiguação das condições das empresas que querem vender ao exterior.

Preço

No entanto, o preço da carne bovina para o consumidor final não teve alterações ainda. Gilberto explica que é a oferta e procura do mercado interno que regulam o preço, já que o consumo no país representa cerca de 70% da venda de carne no país. Assim, o aumento substancial sentido desde o final do ano passado se deu por uma retração na demanda interna, muito mais do que na exportação, como a princípio se alegou.

O problema é que o próprio mercado interno se regulou e o preço do boi em quase toda a cadeia produtiva caiu. Quase toda. O presidente da Sindicarne diz que a arroba caiu de R$ 220 e voltou para o patamar de R$ 185, o que fez com que uma peça de coxão mole, por exemplo, saísse dos R$ 33 no ano passado e chegasse a R$ 16,8 em janeiro. “Esse valor não está sendo repassado para o consumidor. A única ponta que o preço não baixou é a rede varejista. A gente não entende o porquê”, provoca.

O presidente da Associação Goiana de Supermercados (Agos), Gilberto Soares, diz, por outro lado que os preços estão normalizados. Ele afirma que houve uma queda desde o aumento do ano passado e que agora está em um patamar proporcional ao salário mínimo. “Quando houve o aumento absurdo de meados de 2019, não repassamos tudo ao consumidor. Diminuímos a margem de lucro, que já é baixa. Mas é sempre uma questão de oferta e de procura”, aponta.