Investimentos

Viagem de Paulo Garcia à Madri pode resultar em US$ 10 milhões para Goiânia

// Dez milhões de dólares podem ser destinados a investimentos tecnológicos que transformem Goiânia em…


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Dez milhões de dólares podem ser destinados a investimentos tecnológicos que transformem Goiânia em uma Cidade Inteligente.

A possibilidade de disponibilização do recurso foi sinalizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com objetivo de viabilizar à Capital a Central Integrada de Operações e Controle, sistema que, por meio de sensores instalados em diferentes pontos da cidade, capta informações em tempo real sobre mobilidade urbana, segurança pública e meio ambiente.

O projeto, que já está implantação, foi detalhado por Paulo Garcia nesta sexta-feira, 27, a chefes do poder executivo municipal de diferentes localidades do mundo durante o Primeiro Fórum Ibero-americano de Prefeitos (Primer Foro Iberoamericano de Alcades 2015), que acontece esta semana em Madri, Espanha.

Paulo Garcia participou do painel Aplicação de Tecnologias Inteligentes para Melhorar a Gestão das Cidades. Além dele, deliberaram sobre o tema o diretor-sênior da Microsoft na América Latina, Pedro Julio Uribe Bermudez; o professor da Universidade de Cantábria, na Espanha, Luis Muñoz; o gerente de marketing e desenvolvimento de negócio da Telefônica, José Luis Núñez Freile; e o vice-presidente sênior da Cisco, Jordi Botifol.

Segundo o plano de ação e o detalhamento de resultados alcançados apresentados em Madri pelo prefeito, Goiânia está investimento, até agora, US$ 616 mil nas etapas que estão em curso dentro do projeto da Central Integrada de Operações e Controle. A instalação dos primeiros equipamentos específicos para a Central começou este mês.

Neste momento, estão em fase de implantação os subsistemas de Georreferenciamento e Comunicação de Veículos e Pessoas, cujo foco é a visualização em um mapa digital da posição de veículos e pessoas, bem como estabelecer um canal de comunicação com a Central, que já dispõe de seis dos 21 painéis LCD 55 polegadas previstos para visualização; e de Videomonitoramento, atualmente composto por 20 câmeras instaladas no Corredor Universitário, Setor Universitário, e no Parque Vaca Brava, Setor Bueno.

“O Georreferenciamento e Comunicação de Veículos e Pessoas será utilizado, por exemplo, para saber onde estão os caminhões de coleta de lixo, as viaturas da Guarda Civil, os fiscais da Prefeitura. Se uma escola acionar um alarme, por exemplo, será possível saber se há guardas nas proximidades ou qual a viatura mais próxima”, explicou Paulo Garcia. Até agora, foram adquiridos equipamentos para monitoramento em tempo real de 20 veículos e 65 pessoas.

Também faz parte do projeto da Central Integrada de Operações e Controle a instalação de 10 pluviômetros para permitir à Defesa Civil se antecipar a situações de inundação. Três desses, doados pelo Governo Federal, foram instalados neste mês de fevereiro.

“O pluviômetro vai medir, por exemplo, a quantidade de chuva na região norte de Goiânia. Este dado (volume) é enviado para a Central. Um algoritmo analisa todos os dados que chegam e identifica que o nível de chuva está acima do limite crítico. A ação correspondente poderia ser o acionamento da Defesa Civil ou mesmo, em determinadas situações, o soar de uma sirene em áreas com risco de alagamento ou deslizamento para que a população seja avisada com antecedência”, detalhou. Haverá, ainda, acompanhamento preventivo de riscos de fogo, deslizamento e erosão.

PRÓXIMOS PASSOS

Em fase de estudo, há o Adaptive Signal Control System (sistema inteligente de controle semafórico), que objetiva fazer com que os tempos semafóricos de Goiânia sejam ajustados automaticamente e em tempo real de acordo com as condições do trânsito; e o Criminal Prevention System, no que tange ao monitoramento de prédios públicos.

A Avenida Castelo Branco deve ser o primeiro local a receber o Adaptive Signal Control System. Já o Criminal Prevention System está previsto para ocorrer inicialmente em 317 prédios da Secretaria Municipal de Educação (SME).

Além do videomonitoramenteo, o sistema de previsão criminal inclui acompanhamento em tempo real de áreas públicas, logradouros, área de risco e descarte irregular de lixo. As previsões de modernização do trânsito também contam com sistema de execução automática em faixas de ônibus, sinal, checagem de velocidade e estacionamento irregular.

“A ideia é colocar câmeras de vigilância, sensores de presença e cercas elétricas, que transmitiriam informações para a Central. Queremos detectar movimento em escolas durante a madrugada,  ônibus não fazem o trajeto completo, veículos de coleta de lixo que saíram da rota, acúmulo de carros em um cruzamento, entre outros exemplos”, disse.

Estimativa preliminar indica que serão necessários cerca de US$ 10 milhões para concluir a primeira etapa, que contempla a instalação de todos os subsistemas em uma área limitada da cidade (cada subsistema possui uma área de cobertura específica). Valor que o BID sinalizou que há disponibilidade para financiar.

“É um valor estimado porque a Central é um projeto que não tem previsão de conclusão. Ele deve adaptar-se constantemente às novas necessidades da cidade bem como aos avanços tecnológicos que permitam tratar os problemas com maior eficácia. Acreditamos que em 10 anos a Central terá sistemas plenamente funcionais nas áreas de desastres naturais, trânsito e mobilidade e segurança pública”, esclareceu Paulo Garcia.

Ao todo, oito diferentes subsistemas integram o projeto que o prefeito antecipou em Madri. Os US$ 616 mil que estão sendo aplicados foram doado pelo banco para esta fase inicial porque Goiânia é o primeiro município brasileiro a participar da Iniciativa de Cidades Emergentes e Sustentáveis â??â??(ICES) e integra desde 2011 Rede Cidades Urbanas da Europa, América Latina e Caraíbas (Urbelac).

A Rede é um agrupamento de municípios que se articulam para identificar estratégias e programas inovadores de desenvolvimento urbano atrelado à manutenção dos recursos naturais do planeta. Trujillo (Peru), Santa Ana (El Salvador), Florença (Itália), Madri e Bilbao (Espanha) também fazem parte da Urbelac.